Curtindo
a Adolescência Adoidada.
Capa rosa, com imagens de CDs, copinhos com pipocas,
ingressos de filmes, objetos de apontamento. Autora com sobrenome de Pimenta,
seu primeiro romance já na 13ª edição e, conforme vendedores de livros, um dos
mais procurados pelos adolescentes, em especial pelas meninas. O que será que
tem de tão especial?
No primeiro contato, fiz igual adolescente, olhei o
número de páginas, bah...331 e sem nenhuma figura, e o tempo?? Quando ler?
Várias formações, final e início de trimestre... mas algo me dizia:
“professora, você precisa ler”, como vai saber o que tem de tão atrativo para
esses adolescentes se não o ler?
Foi o que fiz, em 14 dias consegui ler o tal do
romance tão comentado e qual não foi minha surpresa: adorei, me senti uma
adolescente, com seus 12-13 anos, não via a hora de ler mais e mais. Agora,
após a conclusão do 1º volume estou ansiosa para obter e ler o 2º.
Fazendo meu
Filme 1 – A Estreia de Fani, da autora Paula Pimenta, conta a história de uma adolescente,
a Estefânia, conhecida pelos seus amigos por Fani. A história é tão envolvente,
retrata a vida de adolescentes, suas dúvidas, seus medos, a importância e
confiança dos amigos, a presença e apoio da
família, as reveladoras conversas pelo telefone e internet, as
expectativas, o desafio e a oportunidade de fazer um intercâmbio, os
preparativos, as provas, o dia a dia escolar.
O que mais me chamou atenção na história foi o
fascínio de Fani por filmes, ela tinha uma coleção bem organizada de filmes em
seu quarto, os quais não dava, nem emprestava a ninguém, pois se fizesse isso
faria falta à sua coleção. Quem quisesse apreciá-los poderia, no entanto
deveria ser na casa de Fani. No decorrer do livro sempre aparecia alguma
citação de diálogos de personagens de filmes com a identificação do filme,
gerando assim uma vontade de assistir o filme divulgado.
Outra coisa interessante foi a forma de Leonardo (o
Leo) de fazer sua declaração de amor através de uma coletânea de músicas em
CDs, as quais eram escolhidas com muito cuidado para ter uma mensagem de amor,
mas que não fosse uma forma direta de declaração.
O fascínio pela leitura do Fazendo
meu Filme é justamente essa rotina da vida de adolescente, que, nós
professores, muitas vezes não entendemos ou somos muito ríspidos nas
atitudes com nossos alunos, os
bilhetinhos com recados em sala de aula, os toques de celulares com mensagens,
o choro de adolescentes sem um motivo aparente. Única crítica que teria à
autora é referente “a autorização” do personagem Leonardo de dirigir, mesmo
sendo menor de idade e não ter carteira de habilitação, penso que é uma forma
de burlar as leis e, querendo ou não, mal interpretada pelos adolescentes e por
alguns pais.
Com a viagem da Fani para intercâmbio na Inglaterra,
agora só nos resta, ansiosamente, ler o próximo romance de Paula Pimenta Fazendo meu Filme 2” – Fani na Terra da
Rainha.
Valdete Tschiedel Krindges – 21.06.2014